A água mineral é um recurso natural de extrema relevância, tanto para a saúde humana quanto para diversos segmentos da indústria e do turismo. Em um cenário onde a preocupação com a qualidade de vida e a busca por produtos de alta qualidade se intensificam, os métodos de captação e a classificação da água mineral torna-se essencial para profissionais e consumidores. Neste artigo, elaborado com a expertise de especialistas em geologia da GeoBitte Geologia, você encontrará um guia completo que alia informações técnicas.
Água Mineral, oque é?
De acordo com a Resolução Anvisa – RDC 173 de 13/11/2006 e o Código de Águas Minerais (Decreto-lei nº 7.841, de 8 de agosto de 1945) , a água mineral é definida como:
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- Água obtida diretamente de fontes naturais ou por extração de águas subterrâneas;
 
 
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- Água que apresenta um conteúdo definido e constante de sais minerais, oligoelementos e outros constituintes, considerando flutuações naturais.
 
 
Essa composição determinada, frequentemente associada à origem hidrogeológica, confere à água mineral características que podem também, em alguns casos, gerar uma ação medicamentos
Embora ambas as categorias sejam oriundas de fontes naturais ou captadas artificialmente, há diferenças marcantes:
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- Água Mineral: Geralmente possui maior concentração de sais minerais e, em determinadas fontes, apresenta temperaturas superiores a 25ºC. Sua composição química diferenciada confere benefícios e potenciais propriedades terapêuticas.
 
 
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- Água Potável de Mesa: Obedece às condições básicas de potabilidade, mas apresenta níveis de sais minerais e oligoelementos inferiores aos da água mineral. Seu principal foco é atender às necessidades de consumo diário, sem necessariamente apresentar ação medicamentosa.
 
 
A distinção está, portanto, na concentração dos constituintes e no potencial de oferecer benefícios específicos à saúde.
De Onde Vem a Água Mineral?
De fato a origem da água mineral está intrinsicamente ligada aos aquíferos subterrâneos, que se formam por processos naturais durante o ciclo hidrológico. Ou seja ao emergir através de fontes naturais ou ser captada em poços, a água carrega consigo características químicas e físicas definidas pelo ambiente geológico onde está inserida. No entanto esse contexto hidrogeológico é fundamental para garantir a qualidade e a composição estável da água, fatores essenciais para sua classificação como mineral.
Embora estudos in loco e as análises laboratoriais realizadas por profissionais de geologia e laboratórios especializados (como os da Rede LAMIN, do Serviço Geológico do Brasil – CPRM) são determinantes para comprovar a origem e a qualidade da água, garantindo a conformidade com as normas vigentes.
O Código de Águas Minerais e a Regulamentação
O Código de Águas Minerais foi instituído para:
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- Classificar as águas com base em sua composição química e propriedades físicas;
 
 
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- Estabelecer critérios para o aproveitamento das fontes, seja para balneabilidade ou envase e comercialização.
 
 
De acordo com o artigo 1º do Código define águas minerais como também aquelas com características que às vezes lhes conferem ação medicamentosa, enquanto o artigo 3º descreve Águas Potáveis de Mesa. O decreto-lei também determina que análises periódicas (normalmente a cada três anos) sejam realizadas para manter a atualização e a conformidade da classificação, reforçando a importância de uma fiscalização técnica e especializada.
Em 2014, a Portaria nº 540 da ANM regulamentou os requisitos para que uma água subterrânea seja catalogada como água mineral, estabelecendo limites mínimos para os chamados “elementos dignos de nota”, tais como flúor, vanádio, lítio e selênio.
Classificação da Água Mineral: Aspectos Químicos e Físicos
A classificação da água mineral leva em conta duas vertentes principais:
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- Composição Química: Determinada pela presença e concentração dos constituintes dissolvidos na água.
 
 
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- Características das Fontes: Avaliadas por parâmetros como radioatividade e temperatura.
 
 
Essas análises não apenas ajudam a diferenciar águas minerais de águas potáveis comuns, mas também orientam o aproveitamento adequado do recurso, seja para consumo, tratamentos terapêuticos ou balneabilidade.
Quadro 1: Classificação da Água Mineral quanto à Composição Química
| CLASSIFICAÇÃO | CARACTERIZAÇÃO | 
| Oligomineral | Apresenta baixos teores minerais, não atingindo os limites estabelecidos para outras classificações, podendo ser considerada mineral apenas se demonstrada ação medicamentosa. | 
| Radiífero | Possui radioatividade permanente. | 
| Bicarbonato Alcalino | Apresenta bicarbonato de sódio em concentrações iguais ou superiores a 200 mg/L. | 
| Alcalino Terroso | Contém carbonato de cálcio em concentrações iguais ou superiores a 120 mg/L. | 
| Cálcio alcalino terroso | Possui cálcio (sob a forma de bicarbonato de cálcio) em concentrações iguais ou superiores a 48 mg/L. | 
| Magnésio alcalino terroso | Apresenta magnésio (na forma de bicarbonato de magnésio) em concentrações iguais ou superiores a 30 mg/L. | 
| Sulfatada | Concentração de íons sulfato (SO₄²⁻) igual ou superior a 100 mg/L. | 
| Sulfurosas | Detecta presença de sulfeto em concentrações iguais ou superiores a 1 mg/L. | 
| Nitrato | Contém nitrato (NO₃⁻) de origem mineral em concentrações próximas ou superiores a 100 mg/L, a depender da comprovação de ação medicamentosa. | 
| Cloretadas | Possui cloreto de sódio em concentrações iguais ou superiores a 500 mg/L, observado de acordo com a ação medicamentosa comprovada. | 
| Ferruginosas | Apresenta ferro em concentrações iguais ou superiores a 5 mg/L. | 
| Radioativas / Toriativas | Caracterizadas pelo teor de radônio, dividido em categorias conforme a quantidade (de 5 a 10 unidades Mache para fracamente radioativas, de 10 a 50 para radioativas, e acima de 50 para fortemente radioativas ou toriativas). | 
| Dióxido de carbono | Concentra gás carbônico livre dissolvido em concentrações iguais ou superiores a 200 mg/L. | 
| Elementos Dignos de Nota | Incluem elementos como: <br>- Fluoretada: fluoreto ≥ 0,02 mg/L <br>- Vanádica: vanádio ≥ 0,03 mg/L <br>- Litinada: lítio ≥ 0,01 mg/L <br>- Seleniada: selênio ≥ 0,006 mg/L | 
Quadro 2: Classificação das Fontes de Água Mineral
| CLASSIFICAÇÃO | CARACTERIZAÇÃO | 
| Quanto à Radioatividade: | |
| Fracamente Radioativas | Vazão gasosa mínima de 1 litro/min com teor de radônio entre 5 e 10 unidades Mache por litro, a 20ºC e 760 mm de Hg. | 
| Radioativas | Vazão gasosa mínima de 1 litro/min com teor de radônio entre 10 e 50 unidades Mache por litro, a 20ºC e 760 mm de Hg. | 
| Fortemente Radioativas | Vazão gasosa mínima de 1 litro/min com teor de radônio acima de 50 unidades Mache por litro, a 20ºC e 760 mm de Hg. | 
| Fontes Toriativas | Vazão gasosa mínima de 1 litro/min com teor equivalente a 2 unidades Mache de torônio por litro. | 
| Fontes Sulfurosas | Apresentam, na emergência, desprendimentos definidos de gás sulfídrico. | 
| Quanto à Temperatura: | |
| Fontes Frias | Temperatura inferior a 25ºC. | 
| Fontes Hipotermais | Temperatura entre 25ºC e 33ºC. | 
| Fontes Mesotermais | Temperatura entre 33ºC e 36ºC. | 
| Fontes Isotermais | Temperatura entre 36ºC e 38ºC. | 
| Fontes Hipertermais | Temperatura superior a 38ºC. | 
Implicações e Importância da Qualidade da Água Mineral
A análise e classificação rigorosa da água mineral trazem inúmeras implicações:
Sustentabilidade e Gestão dos Recursos Hídricos: Afinal a utilização consciente e a exploração sustentável dos aquíferos contribuem para a preservação do meio ambiente e para a continuidade do aproveitamento de um recurso natural valioso.
Saúde e Bem-estar: Consumir água com composição balanceada pode contribuir para a manutenção da saúde, auxiliando na reposição de minerais essenciais e, por vezes, promovendo efeitos terapêuticos.
Balneabilidade e Turismo: Algumas fontes de água mineral, devido às suas propriedades, são utilizadas em tratamentos termais e terapêuticos, agregando valor econômico e cultural ao turismo regional.
Envase e Comercialização: A correta classificação é indispensável para o processo regulatório e comercial, garantindo que o consumidor final receba um produto de qualidade, conforme as normas vigentes.
Considerações Finais
Resumidamente o universo da água mineral é vasto e repleto de nuances que vão desde a sua origem geológica até as normas que garantem sua qualidade e segurança. Com base nas resoluções da ANVISA, no Código de Águas Minerais e nas análises especializadas, é possível compreender tanto as diferenças entre água mineral e água potável de mesa quanto os critérios rigorosos que a classificam.
Ao investir em uma compreensão profunda e técnica desse recurso, a GeoBitte Geologia reafirma sua autoridade e compromisso com a qualidade dos estudos e soluções relacionadas aos recursos hídricos. Se você deseja obter mais informações ou buscar consultoria especializada em geologia e análise de águas, entre em contato conosco e descubra como transformar conhecimento técnico em oportunidades de negócio.
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